Criminalização do aborto não é baseada em evidências sobre a vida das mulheres
Entrevista com Debora Diniz por Ana Pompeu
Poucos temas testam tanto os limites da separação entre Direito e moral quanto o aborto. E não poderia estar em outro foro além do Supremo Tribunal Federal, destino de praticamente todos os temas importantes para a sociedade brasileira dos últimos anos.
A constitucionalidade da criminalização do aborto foi levada ao Supremo por meio da ADPF 442. Entre estas sexta (3/8) e segunda-feira (6/8), o tribunal promoverá audiências públicas para discutir o pedido feito na petição inicial. São 40 inscritos, o que a transforma na audiência pública com o maior número de participantes da história do tribunal.
É preciso respirar fundo
Por Wilson Gomes - UFBA
"Depois da experiência da China e da Itália, sabemos que os índices de contágio e morte dos profissionais de saúde pelo covid-19 é enorme. E, no Brasil, sabemos que nem os equipamentos básicos que os protegem existem em número suficiente, assim como estamos longe de ter um plano claro, preciso e competente, organizado e liderado pelo governo, para oferecer garantias mínimas a médicos e enfermeiros. Muitos não sobreviverão a esta guerra.
O que ainda pode ser dito sobre os "médicos cubanos".
por Sergio Rego
A corporação médica brasileira sempre foi resistente à possibilidade de que médicos formados fora do país pudessem exercer livremente a profissão em nosso país. Ainda na primeira metade do século XIX a Academia Imperial de Medicina já discutia a proibição do exercício de profissionais formados alhures. A alegação de então era que as doenças existentes na França eram diferentes das existentes no Brasil. No século XX, passou-se a exigir a chamada revalidação do diploma daqueles graduados em outros países, questionando-se, muitas vezes corretamente, a qualidade do ensino médico oferecido em outros países. Entretanto, o que poderia ser um mecanismo legítimo de avaliação cedo mostrou-se como um mecanismo perverso para impedir a entrada regular desses médicos.
Reflexões em tempos de pandemia
Por André Martins (NUBEA - UFRJ)
É normal que estejamos apreensivos e com medo, nesses tempos de coronavírus Covid-19, quarentena e reclusão, ao ver o que aconteceu na China, na Itália, na Espanha, no Irã, e constatar que nossa curva de contaminação e mortes se encontra próxima à desses países. Apreensão, ansiedade, tristeza, medo, são neste momento, em graus diferentes para cada pessoa, inevitáveis.
O que faz e o que não faz sentido
O novo marco de C&T e o desmantelamento da universidade pública
por Simone Silva
Em outubro de 2015 escrevi sobre a possibilidade de estarmos diante de um novo padrão de pesquisa criado por um novo padrão de financiamento. Naquele texto[i], demonstrava que o modelo de financiamento público destinado à produção científica no Brasil vem sofrendo mudanças importantes que poderiam determinar uma alteração estrutural e ameaçadora aos programas de pós-graduação das universidades públicas. Somados às alterações no modelo de financiamento, os cortes, em um orçamento que já não supria as necessidades dos programas de pós-graduação, exacerbam as dificuldades que os pesquisadores enfrentam para realizar a pesquisa.